sexta-feira, 5 de janeiro de 2007

Supremos: Season Finale

A América foi invadida!!! A principal linha de defesa do país, o grupo conhecido como Os Supremos, foi totalmente incapacitada. E como símbolo máximo da derrota, a estátua da liberdade foi derrubada, testemunhada pelo líder dos supersoldados invasores que exclama "O Grande Satã foi finalmente libertado!". Dessa forma, começa a batalha final que encerrará o Vol.2 dos Supremos, o último sob a parceria de Bryan Hitch e Mark Millar.

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A série chega ao fim de uma maneira inusitada, praticamente de maneira simultânea com os EUA, graças aos constantes atrasos do desenhista Bryan Hitch. A periodicidade da série está de maneira tal que Hitch afirmou no dia 11/12 que tinha terminado de desenhar a 13ª edição (a última deste volume), ao passo que a última publicada aqui foi a 9ª edição, e a 10ª sairá na Marvel Millenium: Homem-Aranha #60, edição originalmente do mês de dezembro que chegará nas bancas por esses dias.

Para os fãs da série os atrasos já não são novidade. Na publicação do Vol.1 o título de mensal passou a ser bimestral, e depois para "ocasional". Esses atrasos fizeram a publicação do Vol.2 ser adiada por Joe Quesada até que 6 edições estivessem prontas. O editor-chefe da Marvel pretendia com essa atitude tornar o título mensal novamente, mas infelizmente Hitch continuou com seu ritmo lento, e a série continuou com periodicidade totalmente irregular.

Ao menos a espera valeu a pena, Bryan Hitch compensa seus atrasos com uma arte que é de um realismo digno de cinema, seus desenhos ganham vida, suas cenas de ação tem impacto e nos rostos dos personagens vemos humanidade e emoção. Mas, tudo isso seria superficial sem o conteúdo brilhante dos roteiros do escocês Mark Millar, que elevou tudo o que vimos no Vol.1 ao máximo, com personagens bem desenvolvidos, cheios de carga dramática (Steve Rogers é um exemplo) e nos brindando com momentos marcantes.



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Pudemos ver Matt Murdock defendendo Bruce Banner no "Julgamento do Incrível Hulk", com referências diretas à série do verdão da década de 70. Vimos "A paixão de Thor" com uma das batalhas mais épicas e desesperadas dos quadrinhos, onde a dúvida sobre a sanidade do deus do trovão é conduzida com maestria, e vemos que ele estava certo, pois testemunhamos os Supremos se transformarem em um exército lutando em prol dos interesses norte-americanos, com um General Fury cada vez mais manipulador e arrogante, que nem nota um traidor em suas fileiras. Este desestabiliza tudo de dentro, sendo responsável desde a exposição de Banner à chacina da família do Gavião Arqueiro (um momento chocante, sem dúvida). Agora, as cartas estão na mesa, os Libertadores encabeçaram a invasão, deixando os EUA de joelhos, o cenário está armado para a conclusão.





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Assim, termina uma das melhores parcerias dos quadrinhos, cheios de atrasos e problemas, mas com uma qualidade ímpar. Os fãs dos autores esperam ansiosamente o próximo trabalho conjunto da dupla. Ambos já declararam interesse em escrever o Superman(o que eu acharia ótimo). Já os fãs da série em si estão apreensivos, pois os substitutos serão Jeph Loeb e Joe Madureira no Vol.3 e o mesmo Loeb e Ed McGuiness no 4, ambos já em produção antes mesmo do término do 2º. Loeb é conhecido por roteiros mais simplistas, bem diferentes dos roteiros ácidos e cheios de críticas sutis (e não tão sutis) de Millar. Madureira e McGuiness têm uma arte mais estilizada e "super-heróica", fugindo do padrão realista de Hitch.

Bem, essas são questões mais para o futuro. No momento vamos curtir o final desse clássico moderno dos quadrinhos.

Eddie

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