segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Millennium Anual: Um país em Pós-Guerra

Supremos Anual

Os EUA foram invadidos, mas sobreviveu. Tudo graças aos Supremos, que agora se desligam de vez da tutela da SHIELD e funcionam independentemente. Contudo, o país ainda precisa de seus heróis... o povo precisa do Capitão América.


O fato é que, mesmo com a ameaça de Loki caindo, o perigo ronda o país na face de outros inimigos. E um deles remete ao passado longínquo de Steve Rogers. Durante a ajuda prestada pelos Supremos na reconstrução de Nova York, Steve percebe corpos de pessoas negras com a pele estranhamente esbranquiçada, algo que se recorda perfeitamente de ter visto no passado.

Supremos Anual

Arnim Zola é o nome do cientista que, no passado, o Capitão América enfrentou na Guerra e desfez sua operação de testes científicos em humanos. Era pra Zola ter morrido, mas o serviço secreto acabou mantendo-o vivo, e as conseqüências disso podem estar aparecendo agora.

Hoje, esse estranho fenômeno acabou destacando-se mais profundamente no Missouri, onde corpos não-caucasianos foram encontrados completamente pálidos e sem sinal de moléstias. São os denominados Cadáveres-Fantasmas. Claramente, obras do perverso Zola, que no passado realizava testes similares com a “poeira branca” em pessoas mais resistentes pela quantidade de melanina na pele, com o intuito de obter uma nova fórmula para o projeto do super-soldado.

Supremos Anual

Então, junta-se ao Capitão América o herói Sam Wilson, conhecido como Falcão, num lugar dos Estados Unidos onde ainda é explícito o preconceito sobre a cor de cada um. E tocando neste tema delicado é que Steve e Sam se aventuram e discutem em um trecho que merece, de fato, ser transposto aqui:

- Como agüenta isso? A falta de progresso?

- Não vamos entrar nessa polêmica, tá?

- Pessoas de cor e a falta de... digo... Negros e a... afro-americanos e... pare de me olhar desse jeito. Você sabe do que estou falando.

- Claro. Está dizendo que não faz a menor idéia do que está falando , mas faz pose de quem sabe porque tem boas intenções. Tudo bem. Só porque te chamam de Capitão América, não significa que você deve ser diferente de qualquer outro branco.

- Não, só significa que minha cabeça e meu coração me dizem que é 1945. Me dizem que, quando ligo o rádio, ele precisa de alguns minutos para esquentar e que deve sair música do aparelho, não barulho e linguagem chula. Me dizem que quando falo de Deus como uma coisa real, as pessoas devem entender, não me olhar como um maluco. Me dizem que eu devo vencer uma Guerra que vai tornar o mundo livre e todos iguais... Não olhar por triste resultado de sessenta anos de compromissos vazios e expectativas reduzidas. Me dizem que eu sou um homem. Não melhor do que ninguém, mas também não pior.

- Bem... sessenta anos... vou te contar, cara. Você perdeu um monte de *#@%. Um monte de *#@% mesmo. Perdeu um monte de heróis. Não da variedade super que temos hoje. heróis de verdade. Perdeu uns sons da pesada. Vou te dizer, nem tudo é barulho no rádio. E parte da linguagem chula tem razão de ser. Perdeu alguns altos e baixos ao redor do mundo. Mas você tem razão, falta progresso. E o que realmente me preocupa é o lance da complacência. Me preocupa não ouvir mais vozes iradas. Não ver mais ação e menos poses. Fico preocupado com o que tem por baixo disso. Me faz pensar nos quarenta milhões de negros neste país. E cerca de duzentos milhões de armas e o que acontece se continuarmos a achar outras coisas sobre o que falar.

A conversa prossegue entre os dois enquanto rumam a um confronto direto com a mílica de facistas locais, liderada por um tal de Thomas Jeck, um técnico em informática que serviu Zola no passado. E parece não só herdar seu “Pó Branco” , como também constrói o monstro mecânico Seigsoldat, com o que parece ser uma inteligência artificial baseada no próprio Zola.

Supremos Anual

Tanto o monstro como a milícia são rechaçados, não só pelo Capitão e Falcão como também pelas próprias vítimas da opressão. Mas o que parece ser uma grande vitória contra um grande vilão nada mais é do que apenas um pequeno passo contra a intolerância em cada um de nós.


Coveiro

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